Imagem de Paz!

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Foto da cachoeira do Sahy, Mangaratiba, RJ

domingo, 27 de junho de 2010

Um sonho que não quero mais (por Pr. Israel)

Sonhei que eu havia comprado uma motocicleta e tentava levá-la para casa. Eu estava no Centro do RJ e tentava ir pela Central do Brasil. Só que a central era um local diferente do que eu conheci. Era uma mistura de galpões velhos com becos enlameados. Havia muita miséria e quase não havia movimento de pessoas.
Percebi que eu não sabia como sair daquele lugar para ir à Caxias e resolvi entrar em um daqueles becos onde encontrei uma criança brincando com um saco de farelos. Ao indagar como saia daquele lugar a criança me apontou um corredor de um terreno baldio, algo muito sinistro, com muita lama e eu segui por aquele caminho. Horas depois, eu não sabia onde havia saído. Era um lugar muito diferente, com morros sombrios, nenhuma aparência de civilização. Dei conta que estava perdido. O que me levou a esse estado foi o medo de ser parado numa blitz por não estar com a roupa adequada de motociclista, tentando seguir por atalhos.
O local que cheguei, segundo fiquei sabendo depois, era um bairro chamado São Mateus e, confesso que o sentimento de estar perdido ainda era muito grande.
Havia outras pessoas lá e, resolvi perguntar a uma senhora, qual caminho me levaria para a cidade e ela me disse que era melhor ir pela montanha à frente. Com muito medo de seguir pela mata, eu relutei em seguir seu conselho e, quase desistindo de seguir com a motocicleta, encontrei um ponto final de ônibus, onde havia muitos motoristas sentados. Muito envergonhado, mas sem opção, dirigi-me ao guichet do despachante e, havia uma motorista com ar de saber bem o caminho que tentou me explicar, mas como eu não a entendia encurtou a conversa dizendo que iria guiando um comboio de ônibus e que se eu quisesse, poderia ir atrás, pois iria passar na Avenida Brasil. Nesse instante eu acordei e fiquei pensando o que isso teria a me ensinar...
Daí me veio à cabeça as seguintes lições:

1º - no caso do menino que me indicou um caminho errado... (Hb 5.11)
Não devemos pedir conselhos a crianças, elas não são responsáveis e nem capacitados a indicar o caminho certo. Muitos de nós temos nos desabafado com verdadeiros “meninos na fé”, pessoas que não tem experiência na árdua caminhada cristã e, vez por outras, nos indicam ações e reações baseadas em emoções. A palavra adverte para não serem consagrados ao presbitério os neófitos. Não devemos fazer os novos crentes que ainda são “meninos” assumir responsabilidades que não lhes cabem. O conselho dado por meninos podem nos levar a caminhos mais difíceis ainda, como no meu sonho, ficou ainda mais perdido.

2º Nem sempre a idade adulta (no caso da senhora que me aconselhou seguir pelas montanhas), é sinal de sabedoria. Percebi logo que aquele não era um caminho sensato a seguir. Como eu poderia subir uma montanha pilotando ou empurrando uma motocicleta? Às vezes nossas decisões tomadas e os atalhos seguidos nos conduzem a lugares e situações difíceis. Devemos ter coragem de admitir que estamos perturbados, que estamos perdidos, que não temos a resposta certa e que precisamos de ajuda.

3º É preciso ter humildade de reconhecer a capacidade de outros em nos guiar. Foi assim no sonho, no caso daquela motorista que conhecia o caminho que me levaria próximo ao meu destino. Assim, muitos de nós temos a necessidade de confiar aos nossos pastores o conduzir-nos pelos caminhos da vida. Muitos de nós temos tomado atitudes hostis à liderança cristã e, isso nos tem levado a lugares difíceis. Quantos não saíram de suas igrejas em busca de “atalhos” para bênçãos. Quantos não têm deixado de lado os sábios conselhos pastorais, quando não é aquilo que queriam ouvir. O conselho dos pastores não tem que ser agradáveis, mas que lhe conduzem à vida eterna.

Neste sonho, como se vê, tirei várias lições e repito algumas:
1) Nunca tente seguir em frente, sem a proteção adequada;
2) Nunca siga sem a habilitação necessária;
3) Nunca siga por conselhos infantis;
4) Nunca siga por caminhos que demonstram perigo imediato;
5) Seja humilde prá admitir suas inseguranças e medos;
6) Confie em seu pastor para te guiar nos momentos difíceis. Essa é a razão de ser pastor, guiar as pessoas a seguirem pelo caminho que leva à Salvação.

Como está escrito em Hebreus 13.17: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isso com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O ministério de Coate – Uma palavra às nossas lideranças. Por Pr. Israel Gomes


(Primeira Parte)


O Livro de Gênesis apresenta Deus escolhendo um homem (Abrão) para formar um povo diferente dos que existiam naquela época. Através dessa escolha, Deus promete a Abraão que de sua semente, sairia um povo tão grande que exaltaria o seu nome diante de toda a terra. Abraão gerou a Isaque que gerou a Esaú e a Jacó. Deste último, contra todas as previsões, Deus deu cumprimento à promessa feita a Abraão, dando a este 12 filhos que se tornaram as doze tribos de Israel.
Dessas doze tribos, Deus separou apenas uma para si. Não que ela fosse a melhor, mas aprouve a Deus, em sua infinita sabedoria, separar uma tribo em especial para o serviço religioso da nação. Dessa tribo sairia todos os sacerdotes e os condutores da nação, mesmo que os reis falhassem essa tribo não poderia falhar jamais, pois, seriam os representantes dele e administraria todas as coisas que a Ele fosse oferecida e consagrada.

Lendo o livro de números no capítulo 4, vemos claramente que os levitas tinham funções específicas no tabernáculo. Vejamos algumas características gerais da tribo de Levi:

- Não foi contada junto com as outras tribos quando Moisés organizou os exércitos de Israel, por ordem de Deus. - Só Foi contada, à parte, não podendo guerrear como as demais tribos irmãs; (Nm 2:47-49))
- Foi determinado que os levitas servissem a Arão e a seus filhos (Nm 3.5);
- A tribo de Levi era formada pelos descendentes de seus três filhos: Gerson, Coate e Merari. (Nm 3:17)
- Moisés e Arão eram descendentes de Coate (Ex. 6:14-25);


Enquanto que as outras 11 tribos receberam a posse da terra de Canaã, à linhagem Levítica foi dada uma bênção diferente: Administrar as coisas de Deus. (Nm 2:50, 18:21-23)

Quando das instruções sobre a divisão da terra prometida, esse povo não participou diretamente das bênçãos dos demais. (Nm 18:20)

A esta tribo foi dado o direito a tudo que fosse ofertado e dizimado. Não poderiam se ocupar com nada mais a não ser o trabalho das coisas santas.

A tribo de Levi, como se sabe, era formada pelos descendentes de Gerson (os gersonitas), de Coate (os coatitas) e de Merari, (os meraritas). (Nm 3:17)

Quando Deus determinou a construção do Tabernáculo colocou sob a responsabilidade desses três grupos, o trabalho para que o culto fosse brilhantemente celebrado:

Os Gersonitas foram encarregados de levar as cortinas do tabernáculo, a tenda da congregação, a sua coberta, a coberta de peles de animais marinhos que o recobria, o reposteiro da porta da tenda da congregação, as cortinas do pátio, o reposteiro da porta do pátio que rodeava o tabernáculo, o altar, as cordas e todos os utensílios usados no seu serviço. (Nm 4:24-27); Itamar o filho de Arão era o supervisor desses levitas.

Os Meraritas eram encarregados das tábuas do tabernáculo, os varais, as suas colunas e as suas bases, as suas estacas, as suas cordas e todos os utensílios usados no serviço, tudo era cuidadosamente nomeado. Era também de Itamar a supervisão desses servidores.

Os coatitas eram responsáveis pelo cuidado das coisas santíssimas. (Ora no tabernáculo tudo era santo, mas algumas coisas eram consideradas santíssimas). Os filhos de Arão eram os responsáveis por cobrir tudo que era usado dentro do tabernáculo e os coatitas os transportavam. A descrição detalhada de tudo o que havia sob os cuidados dos coatitas está em Nm 4: 4-15. Apesar de terem a incumbência das coisas mais valiosas da vida de Israel, eles não podiam tocá-las.

Vejam que todos eram levitas, todos deveriam ser santos, todos faziam coisas honrosas dentro naquele povo peculiar de Deus, mas o que me intriga é como deveriam fazer tais coisas.

Quando cada príncipe de uma tribo vinha trazer ofertas para o trabalho no tabernáculo, todos traziam o seu melhor e os administradores desses bens eram exatamente os filhos de Levi. Essa era a sua porção! (Nm 18:20),Veja o que diz Jeremias em Lm 3:24 “A minha porção é o Senhor”.

O trabalho não era nada fácil e Deus sabia disso, tanto é que Determinou a Moisés alguns cuidados com seus servidores:
Moisés deu aos gersonitas, dois carros e quatro bois a fim de transportar o material que estavam sob sua responsabilidade. (Nm 7:7)
Aos Meraritas foram dados igualmente 4 carros e oito bois segundo o seu serviço. (Nm 7.8)

O impressionante é que aos filhos de Coate não lhes fora dado nada.

Na distribuição das facilidades divina não funciona o adágio popular “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Veja que os coatitas eram os mais achegados aos sacerdotes, as coisas que deveriam transportar eram bem mais preciosas, e, no entanto, Deus não os deu facilidades nenhuma. Por que será?

Deus não deu facilidade para os coatitas sabe por quê?
Veja o que diz o versículo 9. “Porque a seu cargo estava o santuário e o levavam aos ombros" (versão contemporânea), numa versão mais atualizada diz: “Porque a seu cargo estavam as coisas santíssimas e deveriam levá-las nos ombros”.

Amado, as coisas santíssimas eram todas as coisas que adornavam o tabernáculo. Deus determinou o tamanho, tipo de material, a função para cada utensílio do tabernáculo. Eram coisas extremamente preciosas e essas coisas deveriam ser tratadas com todo o cuidado e zelo.
Os coatitas eram considerados por Deus os mais dignos de tal tarefa. Poderia ter usado os filhos de Gerson, ou de Merari, mas foi aos coatitas a quem confiou tamanha responsabilidade. Eles eram o Banco Central de Israel.

Muitas vezes questionamos por quê nosso trabalho é tão difícil e desprovido de privilégios. Quantas vezes ficamos sem entender por que fulano de tal tem acesso a tantas facilidades em seu ministério e para nós é sempre tão difícil. Quer ver um exemplo: Tem gente que vai pra televisão ou rádio, faz uma pregação e alcança milhares de pessoas. Fica conhecido e bem requisitado.
Enquanto isso, outro ministro que chora, que anda em comunidades, que faz tanto pelas pessoas nunca foi visto e nunca foi convidado sequer para um café.

Não estou dizendo com isso que o ministério desses “grandes pregadores” não seja autêntico e nem que são melhores diante de Deus, não... Estou dizendo apenas que, assim como aos coatitas, a missão foi árdua, mas muito importante aos olhos de Deus, assim o meu ou o teu ministério é extremamente importante e precioso diante do Senhor.
Talvez seja por isso que para você o cumprimento seja assim, tão difícil, tão humanamente ingrato, tão sem chamamento de atenção, na escuridão do anonimato, ou do reconhecimento humano.

Quando leio que os Coatitas transportavam tamanha riqueza e, nem sequer podiam olhar para o que transportavam (Nm 4:20), fico pensando em quantas vezes temos feito o mesmo em nossos ministérios.

Hoje o material santíssimo, utilizado pelo nosso sumo-sacerdote Cristo, são as pessoas que o adoram em espírito e em verdade. Sim, essas pessoas são tão preciosas que não nos é dado o direito de transportá-las em “carros de bois” ou em qualquer outro meio de facilidades. Tem que ser no ombro! Não automaticamente, mas pessoalmente, não por meio de ferramentas humanas, mas com mãos calejadas e muitas vezes, cansadas.

As coisas preciosas de Deus devem ser tratadas com zelo e temor. Os coatitas não olhavam para o que transportavam, mas entendiam que era demasiadamente precioso. As pessoas que temos sob nossos cuidados ministeriais são assim, tão preciosas, tão santíssimas ao Senhor que não nos é lícito mirar, olhar ou reparar em suas belezas.

Tenho a consciência que não é o levita que dirige o louvor ou que cuida do templo que é o importante. A importância está nas coisas preciosas de Deus que é cada uma das pessoas que adentram o santuário a fim de ser apresentado a Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.

"São vocês os instrumentos que serão usados pelo Sumo Sacerdote e nos somos os Coatitas... chamados para transportar e nunca nem olhar para o interior do que transportamos." Numeros 7.9

Amém!

domingo, 13 de junho de 2010

O ministério de Coate. (Segunda parte) Por Israel Gomes

“Disse o Senhor a Moisés e a Arão:
Não deixareis que a tribo das famílias dos coatitas seja eliminada do meio dos levitas. Isto, porém, lhes fareis, para que vivam e não morram, quando se aproximarem das coisas santíssimas: Arão e seus filhos entrarão e lhes designarão a cada um o seu serviço e a sua carga.
Porém os coatitas não entrarão, nem por um instante, para ver as coisas santas, para que não morram.”

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Martin Luther King - Legendado em português





Assim como Luther King...

Eu também tenho um sonho!
Sonho com um dia em que todos os brasileiros digam basta às injustiças e façam prevalecer seus direitos,
Um dia em que todos os homens se respeitem mais, como imagem que são do todo poderoso Deus,
Um dia em que nós, os crentes, que deveriamos ser os pregadores da justiça, sejamos os primeiros a praticá-la, não emprestando nossas línguas para espalhar as imperfeições de nossos próprios irmãos.
Um dia em que a prática supere a teoria e que a verdade ofusque a demagogia...
Sim, eu tenho um sonho!
Sonho com o dia em que todos os crentes de todas as denominações evangélicas, históricas, protestantes e pentecostais participem todos de uma mesma marcha para Cristo, não com cartazes e microfones, mas com ações de graças e assistência aos menos favorecidos. Não como quem se reúne para uma demonstração de força política, mas como quem ama incondicionalmente o próximo e, por isso, não conseguem ficar inertes enquanto tantas pessoas não tem acesso a serviços sociais básicos.
Sonho com o dia do retorno de nossas lideranças evangélicas, ao bom senso da ética e compromisso com o verdadeiro evangelho da cruz tão enfatizado pelo apóstolo Paulo que dizia " Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim!" e não com compromissos políticos mesquinhos e ambiciosos transformando seus púlpitos em palanques para suas próprias promoções.
Sonho com o dia em que os pastores pastoreem suas ovelhas com amor, temor e tremor, não como dominadores ambiciosos que rogam pragas e lançam maldições sobre aquelas que não mais querem fazer parte de suas igrejas.
Há! Como sonho com o dia em que o passado e o presente da igreja redunde em um novo tempo de Glória ao nosso Senhor Jesus Cristo, único digno de honra e louvor!

Sonho com o dia em que todos sigam ao conselho do profeta Martin Luther King:


"É melhor tentar e falhar que preocupar-se e ver a vida passar.

É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar que em dias tristes me esconder.
Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver".

Israel Gomes da Silva é pastor filiado à UIECB (União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil)

sábado, 5 de junho de 2010

A teologia da lata de Nescau

Certa vez, li um livro interessante com um título curioso: A teologia do cachorro e do gato. Nele, os autores fazem comparação entre as atitudes desses dois animais em relação aos donos (o gato, manhoso, queria se satisfazer, enquanto que o cão, leal, queria agradar) e nosso relacionamento com o nosso Dono.
Achei a analogia dos autores muito interessante, e fiquei pensando se é possível criar “teologias” a partir de coisas cotidianas, como, no caso, dos animais domésticos. Até que, um dia, eu tive um estalo, a partir da brincadeira de minhas filhas pequenas.
Crianças (e alguns adultos) gostam muito de fazer barulho. A coisa que elas mais apreciam é fazer uma batucadinha. Minhas meninas gostam de pegar latas vazias de alumínio, dessas de Nescau, e fazer uma bateria improvisada. Vendo aquela lata de Nescau agredindo meus ouvidos, comecei a formular a teologia da lata de Nescau.
Todos sabem como é a lata de Nescau. O alumínio faz um barulho danado se batermos nele. Mas a lata de Nescau só faz barulho se estiver vazia. Experimente fazer batucada em uma lata de Nescau cheia, de preferência lacrada, que você acabou de comprar no supermercado. O som que sairá é mínimo, comparado com uma lata vazia.
Na minha caminhada com Jesus, tenho visto muita “lata de Nescau vazia” nos templos. Pode reparar. É gente oca de vida, sem conteúdo, sem relacionamento sadio e santo com Deus, mas que, no entanto, faz um barulho danado. O barulho que fazem, na verdade, não é para atrair a atenção para o Senhor, mas sim para si mesmos. Quanto mais vazios, mais barulhentos.
Felizmente há também muita “lata de Nescau cheia”. Gente que não atrai a atenção para si, e sim para o seu conteúdo – a vida de Deus neles. Gente que não se importa com holofotes, gente com um relacionamento com Deus baseado na Graça. O conteúdo de suas vidas ocupa todo o espaço, não deixando que chamem a atenção para si, e nem precisam. Naturalmente eles exalam aquilo que Paulo classificou de bom perfume de Cristo (2 Co 2.15).
Quando vamos a um supermercado, não nos interessamos pela embalagem. Queremos saber se o conteúdo do produto é bom, se satisfaz as nossas necessidades. Tanto é que, quando o produto acaba, jogamos a embalagem fora. Uma lata de Nescau vazia só terá utilidade se for reutilizada para outros fins (guardar quinquilharias, como pregos enferrujados, por exemplo). Caso contrário, o seu destino é a lata de lixo. O que queremos, portanto, é o conteúdo, e não o invólucro.
Não é à toa que a Bíblia nos exorta tanto a estarmos cheios do Espírito (Ef 5.18), tendo em nossas mentes somente aquilo que presta (Fp 4.8). Na medida em que nosso conteúdo for o de Deus, despertaremos a atenção para Deus, e poderemos realizar o nosso papel de sal da terra e luz do mundo.
Porém, se estivermos vazios, seremos como o sal insípido, que só serve para calçamento (Mt 5.13), ou seja, ser pisado (outro termo poderia ser “humilhado”) pelos homens. E, no final, ser jogado no lixo da história.
Fica, então, a admoestação de Deus: viva cheio dEle. Busque-O sempre (Is 55.6). Molde seus padrões em conformidade aos dEle, e não tente fazer o contrário (Rm 12.1, 2). Enfim: seja uma lata de Nescau cheia, plena, e não uma lata vazia, barulhenta e sem significado.

"É melhor tentar e falhar que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar que em dias tristes me esconder.
Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver."

Martin Luther King

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Sermão: Getsêmani, Lugar de lutas e derramamento da graça fortalecedora. Por pr. Josias Moura de Menezes

“36 Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; 37 e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. 38 Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. 39 Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. 40 E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? 41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. 42 Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. 43 E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados. 44 Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. 45 Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. 46 Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima.” (Mateus 26:36-46 RA)

1. Introdução

O Getsemani era um lugar muito conhecido que significa “prensa de azeite”. Naquele local, haviam muitas oliveiras plantadas. Também existia uma prensa ou lagar. O lagar era um tanque onde as oliveiras eram apertadas de forma que o óleo das azeitonas era espremido. Então ali em Getsemani, oliveiras eram espremidas para que o bom óleo de azeite pudesse ser obtido e comercializado.

O significado do nome de Getsemani, expressa muito bem a agonia que Jesus sentiu naquele lugar.

As vezes, nos também somos colocados na prensa ou no lagar de Deus. Algo que tenho aprendido é que Deus tem o poder de usar o abatimento para poder nos edificar. Deus usa as lutas e provações que nos atingem para nos ensinar. Deus nos coloca no seu lagar, para nos tratar e mais tarde nos usar.

2. O verso 37 diz: …..levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. 38 Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.

O verso 37 e 38 nos mostra que Jesus estava em luta contra as fraquezas de sua própria humanidade. O plano divino estava traçado, mas a natureza humana de Jesus ainda lutava. A oposição ao plano divino estava na própria carne de Jesus. A tristeza e a angustia de Jesus foram tão profundas naquele instante que Cristo pede a Pedro e os dois filhos de Zebedeu que fiquem com Ele.

Jesus havia enfrentado antes, muitas oposições a sua missão. Pedro não entendendo o plano de Deus para a vida de Cristo propôs que Cristo não morresse na cruz. Satanás tentou a Cristo, tentando afastado da obediência ao Pai.

Mas no Getsêmani Jesus enfrentou inimigos diferentes. Naquele instante, Seu grande inimigo era a sua própria humanidade. Sua humanidade revelava naquele momento, os limites e fraquezas que são comuns a todo ser humano. O Deus encarnado estava tendo uma profunda experiência naquele instante com as fragilidades que fazem parte da natureza humana.

A humanidade de Jesus permitiu que Ele experimentasse o medo, a angustia e tristeza profunda. Mas nenhum desses sentimentos afastou a Cristo do seu alvo.

Aprendamos também a imitar este exemplo de Cristo. Quando entrarmos em luta contra nossos próprios sentimentos, como o medo, a dúvida ou a angustia, peçamos a Deus forças para permanecer firmes no alvo e no plano de Deus.
3. No verso 38, há um detalhe importante a observar nas palavras de Jesus. Ele diz: “…ficai aqui e velai comigo.”

Jesus sentia a necessidade de ter pessoas com ele naquele momento. Ele não queria ficar só. Ele leva consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu.

Jesus entendia que algumas lutas não devem ser experimentadas no isolamento ou em solidão. Existem lutas na vida do crente que devem ser compartilhadas.

Sabiamente, o apostolo entendendo isso nos recomenda em Gálatas 6:2: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.”

Compartilhar faz bem a nós mesmos. Ter algum confidente, alguém com quem podemos abrir o coração, e revelar os nossos medos é bom e necessário.

As vezes, um crente se reveste de uma grande capa de espiritualidade para esconder as suas fragilidades e imperfeições. Mais tarde, vem a bomba, a noticia que ninguém esperava: o irmão caiu, ou ficou frio espiritualmente.

O verdadeiro homem ou mulher espiritual é aquele que aceita seus limites e sabe que é apenas um frágil vaso de barro. Ele reconhece o que o apostolo Paulo também distinguiu em Romanos 7:24: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”

Até mesmo Jesus reconheceu as fraquezas que existiam na sua humanidade. Ate mesmo Jesus reconheceu que precisava de companhia para compartilhar as pressões daqueles momentos.
4. No verso 39, vemos Jesus fazer uma importante oração naquele momento de luta. O texto diz: “Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.”

Jesus não estava se rebelando contra o Pai quando perguntou se era possível afastar o cálice do sofrimento. Aqui Ele esta expressando ao Pai o que sua humanidade sentia: a dor e a angustia.

É claro que a ideia de morrer numa cruz não é agradável para nenhum homem, e nem o foi nem mesmo para o homem Jesus. Porém Jesus coloca a soberana vontade do Pai acima das tentações e fraquezas de sua humanidade. Ele diz: “Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres”.

Nos momentos em que nossos sentimentos ou uma situação tentar nos pressionar a tomar uma decisão precipitada, é importante fazermos como Jesus: “Senhor, não seja o que eu quero e sim o que tu queres”.

Em momentos de sofrimento aprendamos a confiar na palavra, nas promessas e planos do Senhor. Nestas horas precisamos orar dizendo: “faça-se em mim a tua vontade, oh Senhor”.
5. O verso 40 diz: “E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?” 41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.

Getsêmani representou para Cristo, um lugar de lutas e derramamento da graça. Para os discípulos foi um lugar de sonolência.

Jesus aproveita a sonolência de Pedro para preveni-lo contra todas as espécies de tentações que o discípulo logo enfrentaria. Jesus esclarece que a maneira de vencer a tentação é manter-se alerta e orar.

Manter-se atento significa estar consciente das possibilidades de ser tentado, perceber a sutileza da tentação e estar espiritualmente preparado para vence-la.

Pelo fato de uma tentação nos atingir onde somos vulneráveis, não podemos resistir sozinhos. Uma das ferramentas de defesa que temos é a oração. Ela é essencial para que o poder de Deus fortaleça as nossas defesas.
6. Conclusão

Você conhece uma árvore chamada CARVALHO?

Pois é, essa árvore é usada pelos botânicos e geólogos como um medidor de catástrofes naturais do ambiente.

Quando querem saber o índice de temporais e tempestades ocorridas numa determinada floresta eles observam logo o carvalho, pois uma característica fundamental deste vegetal, é que quanto mais temporais e tempestades o carvalho enfrenta, mais forte ele fica! Suas raízes naturalmente se aprofundam mais na terra e seu caule se torna mais robusto, sendo quase impossível uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo!

Mas não pense que os cientistas precisam fazer essas análises todas para saber isso! Basta apenas eles olharem para o carvalho. Na medida que o carbalho vai enfrentando mais tempestades ele vai ficando mais robusto e assume uma aparência gigantesca, como se realmente tivesse feito muita força.

Muitas vezes uma aparência triste! Cada tempestade para um carvalho é mais um desafio a ser vencido e não uma ameaça!

Numa grande tempestade, muitas árvores são arrancadas, mas o carvalho permanece firme!

Moral. Assim como o carvalho tira proveito das tempestades para se fortalecer, devemos ser também nós.

Devemos tirar proveito das situações contrárias à nossa vida e ficar mais fortes!

Um pouco marcados. Muitas vezes com aparência abatida, mas fortes!!!

Com raízes bem firmes e profundas na terra!

Podemos, com isso, compreender o que o nosso PAI maravilhoso quis nos ensinar, quando disse que podemos todas as coisas naquele que nos fortalece. E também a confiança do rei Davi quando cantou: _”Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte eu não temerei mal algum, porque TÚ estás comigo…”

Por isso quando olhar pela janela o lindo alvorecer, lembre-se de que não há temor com os infortúnios da dia, porque DEUS está consigo!

Ele o protegerá!

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