As três moedas
Conta-se uma lenda, que um certo sábio ensinando a um jovem discípulo seu, pediu-lhe que se preparasse para uma longa viagem.
Esse rapaz, depois de se aprontar, recebeu do sábio uma pequena sacola contendo várias moedas.
Disse-lhe o velho:
- Meu filho, estas moedas são para cada momento da sua viagem. As circunstâncias lhe cobrarão uma e até mais, porém use-as com parcimônia pois, no final, precisarás de três delas para seguir rumo ao melhor de todos os lugares. Há! Não esqueças de descrever cada caminho por onde passar, para que sirva de inspiração para outros.
Aquele jovem rapaz, muito emocionado, obedeceu o seu mestre e partiu.
Depois de alguns dias, ele notou que no meio de cada estrada, após um período de caminhada, precisava se desfazer de algumas moedas.
Na viagem, notou que quando a estrada era reta precisou gastar a moeda da empolgação e, em outro momento, ela era sinuosa, cobrando-lhe a moeda da atenção.
Em alguns momentos ela descia levando a um verdadeiro abismo, tendo que se desfazer das moedas da paciência, orgulho e atenção. Depois do abismo, essa estrada subia, subia até que do alto parecia tocar o céu. Neste momento, foi-se as moedas do medo e da insegurança.
Nesta viagem ele fez alguns amigos e isso lhe custou a moeda da alegria, se esbaldou em momentos únicos que lhe custou a moeda da saudade. Mas, o tempo passou, alguns amigos se foram em outra direção, outros seguiram juntos mas, nem sempre estavam por perto.
Na estrada passou por momentos maus e, procurando em sua sacola, logo encontrou a moeda da esperança mas ao invés de gastá-la, usou a moeda da superação.
Em uma parte da estrada, deparou-se com pessoas que lhe causaram muito mau, foi ultrajado e espancado, teve vontade de desistir e voltar mas aí, olhou em sua sacola a moeda da fé e, pensou em usá-la mas ela era muito linda e decidiu continuar em frente usando, então, a moeda do perdão.
No seu caminho encontrou pessoas muito necessitadas, doentes e desesperadas, vítimas da maldade dos homens e da falta de sorte, quando percebeu que tinha a moeda do amor e, por querer gastá-la com todos os necessitados, fazendo também uso da moeda da compaixão, distribuindo com elas tudo que adquiriu no caminho.
Muito tempo depois, sentindo os efeitos da solidão, conheceu uma bela jovem, o aprendiz de sábio conheceu uma pessoa por quem se apaixonou quando pode gastar a moeda da felicidade.
Já em avançada idade, com a sacola quase vazia, finalmente chegou até um portão vigiado por grandes e fortes soldados. Para continuar nesta viagem, ele precisava de apenas três moedas mas eram as mais preciosas.
Então ele se lembrou das palavras de seu velho mestre que lhe disse que ao final precisaria de três moedas para a melhor parte da viagem.
Então, ele tomando de sua sacola, viu que havia apenas duas moedas, entregou-as ao que cobrava ao qual lhe perguntou:
- Para passar por aqui, são preciso de três moedas e você só tem duas. O que você fez com a moeda que falta, a do amor?
- Disse o jovem sábio, precisei gastá-la com os desfavorecidos que encontrei pelo caminho.
Aquele homem, comovido pelo gesto do jovem, lhe devolveu não só duas moedas mas lhe deu a moeda que faltava, a do amor e lhe deixou passar pelo portão.
Quando estava entrando no paraíso, o jovem sábio pode ver que o soldado que cobrava na entrada era o seu antigo mestre que o enviou aquela viagem.
Muito feliz seguiu rumo à eternidade com as três preciosas moedas: A moeda da Fé, a moeda da Esperança e a moeda do amor (o maior de todos os dons)
Na viagem da vida, essas moedas ainda que sejam usadas, nos acompanharão, esqueças!
1 Co 13:13 "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor"
Autoria de: Israel Gomes da Silva
