Imagem de Paz!

Imagem de Paz!
Foto da cachoeira do Sahy, Mangaratiba, RJ

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

QUANDO ÁGUAS AMARGAS TORNAM-SE DOCES


Ex. 15.25 “E ele clamou ao SENHOR, e o SENHOR mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou”.

Após Israel ter passado pelo mar vermelho e ter vivido intensa euforia, depois de todas as festividades alegres após a primeira vitória, era preciso continuar a jornada.

Seria tão bom se todo o sofrimento de Israel acabasse do outro lado do mar vermelho, seria tão bom se Israel não tivesse que iniciar aquela viagem que seria conhecida como a mais longa jornada de sua história. Entretanto, Deus precisava ensinar àquele povo liçoes que lhe valeria para o resto de sua existência.

Obs. Às vezes pensamos que o obstáculo transposto é suficiente para nos tornar hábeis em batalhas, que a prova passada foi a última, que estamos prontos para tudo, mas Deus continua vendo em nós, algumas áreas a serem aprimoradas e, então, nos coloca novamente na Escola das Provações mostrando-nos o quanto somos inúteis e infiéis sem a sua Graça.

Lendo esse trecho da história hebraica, fico imaginando cena a cena os episódios desde o início da caminhada até o clímax, onde Deus tem de intervir:
“Israel começa a caminhar cantando, sorrindo, cheios de amor pra dar, mas depois do primeiro dia, em lhes faltando água, começam a desanimar, param de cantar, e com semblantes pesados, começam a reclamar;”
“No segundo dia, as crianças chorando, cansadas num calor imenso, clamam por seus pais que irritados, discutiam uns com os outros, pensando até em retornar ao Egito.”
“No terceiro dia, ânimos à flor da pele, já estavam murmurando contra a autoridade de Moisés.”

Moisés era bom enquanto as coisas davam certas, mas à medida que as lutas do dia a dia iam aumentando, à medida que Deus ia lhes proporcionando crescimento, (Crescer dói) Moisés deixara de ser visto como o “Enviado de Jeová” para o ser o “ditador em Israel”. O que Israel queria era um “libertador”. A liberdade no deserto, para eles, era cruel. O preço era aparentemente alto, pois eles não estavam acostumados a “esperar em Deus”. Isso prova o quanto Israel precisava aprender.

Estava Moisés agora, diante de uma multidão de murmuradores desordenados que já havia se esquecido de como o mar lhes fora aberto. Esqueceu-se de como o Egito fora forçado a deixá-los partir.

De repente chegam a um lugar que tinha água. (Que bom!) Mas logo perceberam que a água era amarga. (Que Raiva!)

Muitas vezes, na Escola do deserto, encontramos águas e, quando pensamos que vamos saciar a nossa sede, percebemos que não é tão boa como aparenta, que ela não nos faz tão bem, que ela não nos dá vida.
Quantos de nós temos achado “soluções incompletas” para os nossos problemas, que não passam de águas amargas!
Quantas vezes encontramos um grupo de religiosos, aparentemente cheios de vida e amor e, depois, nos sentimos como ovelhas no meio de lobos; grupos que só pensam em se aproveitarem de nós, retiram a nossa lã e não saciam a nossa sede.
A religião de Deus é diferente, ela não nos deixa com sede!

Quando a coisa ia piorar para Moisés (Já tinha gente até querendo pegar Moisés pelo cangote, retirá-lo do púlpito e escolher um novo líder). Nessa hora, Deus intervém maravilhosamente!

Deus, diante da reprovação no teste da água, lhes envia uma árvore (símbolo de Cristo a videira verdadeira) Ao ver a árvore, Moisés “o líder” recebe a Revelação de que deveria jogá-la na água. Deus nunca vai revelar aos outros, o que é para o líder fazer. Prá isso Moisés foi separado por Deus, pra receber Dele as revelações e transmiti-las ao povo. Aceite um conselho, fuja das pessoas que recebem “revelações” aqui e ali, pois a maior parte delas é rebelde e indisposta a ouvir o seu líder. Aí está o princípio espiritual da Ordenação Pastoral. Assim como Deus revela ao líder, o líder também prestará contas do que faz a Deus.

Amado, assim como a árvore precisou ser arrancada para ser lançada na água, para que esta se tornasse doce, Jesus teve que morrer na cruz do calvário, para que não morrêssemos de sede espiritual.

Eu não sei que água você tem bebido, mas se jogares Jesus nessa água, ela se tornará doce.

Se você tem bebido de um casamento amargo, Jesus o tornará doce.
Se você tem trabalhado em um local amargo, Jesus o tornará agradável.
Se tua igreja está amarga, Jesus nela a tornará doce.

Se a amargura estiver em você mesmo, prove da árvore que é Jesus e seja uma pessoa melhor.

Uma das lições que Deus queria mostrar naquele episódio é que Ele requer toda a ATENÇÃO. Nos versículo 26, Deus lhes diz: “Se ouvires atento à voz do Senhor e, deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois Eu sou o Senhor que te sara”.

A propósito, você tem ouvido atentamente o que o Senhor tem falado a você?
Você tem dado ouvidos aos mandamentos e tem guardado TODOS os seus Estatutos?
Se não tem, como você quer viver uma vida sem enfermidades, sem escassez de recursos, sem sede?
Não tem outra forma de ser ricamente abençoado, querido. Essa bênção descrita é antecedida pela expressão “SE”. Não tem meio termo!
Se você ainda não está conseguindo cumprir a sua parte no acordo, não se preocupe não, Deus é bom e vai lhe proporcionar outras lições pela frente. Prepare-se, pois o que Deus te prometeu, vai cumprir, nem que pra isso tenha que te conduzir durante quarenta longos anos ao deserto.

Portanto, leia os versículos abaixo e depois tome a sua decisão:

Salmos 95:8 Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto;
Hebreus 3:8 Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto.
Hebreus 3:15 Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação.
Hebreus 4:7 Determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações.

domingo, 8 de novembro de 2009

A árvore ao lado de minha casa e o velho Salú


No terreno baldio, ao lado de minha casa, existe uma velha mangueira aparentando muito sofrimento. Pode-se facilmente, perceber quantos sofrimentos tem passado, pois uma parte de suas folhagens está coberta por ervas daninhas (erva-passarinha) que pouco a pouco vai lhe tirando as forças. Como se não bastasse isso, também é visível em seu tronco uma enorme trilha de cupins que decidiram fazer sua casa bem no alto da mangueira.

Mas o que me surpreende nessa árvore é que ela não se dá por vencida. Dia após dia nos brinda com seus deliciosos frutos sem que tenhamos que lhe jogar nenhuma pedra. Às vezes acordo de manhã, olho pro chão abaixo dela e vejo muitas mangas que caíram durante a madrugada, dando a impressão de que aquela velha mangueira esteja esperando que nós, seus vizinhos, colhamos os seus frutos e nos deliciemos com eles. Durante a noite, muitas vezes nos assustamos com o barulho que as mangas fazem ao serem derrubadas, ora pelo vento, ora pelos morcegos que buscam alimento. De dia, não é diferente. Sem se cansar, lá está a imponente árvore nos brindando com suas mangas, nos convidando a recebê-los de graça, pelo simples prazer de cumprir o seu papel na natureza.

Pensando nisso, logo me veio à memória uma pessoa que muito marcou minha juventude, o diácono Salustiano. Diácono Salustiano ou velho Salú, como nós o chamávamos, era um humilde diácono de minha antiga igreja cujo serviço e dedicação muito me ensinaram. O que ele fazia com mais alegria era "servir", seja na igreja ou fora dela. Pro Salú, não tinha tempo ruim! Ele chegava cedo à igreja, ia logo limpando os banheiros, abrindo as janelas e se colocando firmemente à porta do templo, a fim de receber os primeiros irmãos que chegassem para o culto. O velho Salú marcou não só nos serviços da igreja mas também nos serviços seculares. Muitas vezes o contratei para trabalhar em minha casa, o que fazia com tanta alegria que me assustava. Às vezes, o contratava para capinar o quintal onde eu morava e, quando acordava, ele já tinha feito a metade do serviço. Isso seria normal se ele fosse mais jovem, mas aquele homem de Deus, com menos de 1,50 metros era de idade avançada. Tinha quase setenta anos de idade e, mesmo assim, servia como um jovem e valente guerreiro. Quando falava alguma coisa, antecipava sempre as suas palavras com a expressão: “ô Deus maravilhoso!” Como isso me impactava! Nunca se cansava e, como o tempo não perdoa a ninguém, o Velho Salú finalmente foi vencido, depois de setenta e tantos anos, adoeceu. A última vez que o visitei, lá estava ele, em seu leito, tentando se levantar sozinho, já não falava com tanta empolgação, dava muito trabalho à sua velha esposa pois, tentava fazer o que gostava e não mais conseguia. Entretanto, a expressão “Deus maravilhoso”, continuava sendo pronunciada com todas as suas forças. O velho salú partiu para a eternidade, mas deixou em minha lembrança a imagem de alguém que cumpriu o seu papel nesta vida.

Assim como a mangueira do quintal baldio, o velho diácono Salustiano deixou saudades e daqui há alguns anos, poucos saberão quem foi, mas seus serviços contarão sua história. A única coisa que as pessoas podem se gabar nesta vida é do bem que fizerem. Isso é questão de justiça! Tenho saudades de muitas pessoas que passaram em minha vida, mas nunca vou esquecer-me do velho Salú, que me ensinou o sublime prazer de ser diácono. Ele me disse uma vez, que quando foi convidado pelo meu pai, o saudoso Pastor Agostinho José da Silva, prá ser porteiro da igreja, levantou-se e orgulhosamente aceitou e, por isso, seria porteiro até morrer. Disso sou testemunha: cumpriu seu papel com toda a alegria e fidelidade!

Antes de ser pastor congregacional, fui diácono daquela igreja, mas o serviço da diaconia foi ele quem alegremente me ensinou.

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. Eclesiastes 9.10".

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Terra que produz espinhos em vez de erva útil

Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe BÊNÇÃO da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada” (Hb. 6. 7-8) 
    Temos visto, nos últimos dias, um fenomenal aumento do número de igrejas e, consequentemente, do número de crentes na face da terra. Isto é o resultado de um processo iniciado nos dias de Cristo, chamado “Evangelismo”. A semente tem sido lançada, “a Seara já está branca”, como disse Jesus. Deus, o Senhor da Seara, tem atendido às orações dos seus servos que obedeceram à recomendação de Cristo quando os orientou que rogassem para que lhes enviasse ceifeiros para o Campo. Entretanto, diante de um saldo tão positivo, como podemos explicar a existência de pessoas dentro das igrejas que vivem entristecendo  e sendo entristecidas? Como podemos explicar a existência de um grande número de crentes "machucados" por causa de palavras de outros crentes que, ao invés de edificar-lhes,  têm os lançado fora das igrejas? 
    Foi tentando responder a mim mesmo que refleti sobre esse tema e quero partilhá-lo com vocês. Terra, árvore e frutos são tipos terrenos utilizados por Jesus para explicar o que Deus espera de cada um de nós em seu reino. Ele sempre usava dessas figuras para falar de trabalho, de relacionamentos, de vidas com propósitos. Em Mt 21. 33 Jesus usa a figura dos lavradores maus para explicar a responsabilidade de cada crente na igreja. Não é só plantar e colher! É preciso continuar o processo!
Tem muitos evangelizadores pregando a Palavra e ganhando almas para o Reino e que, ao chegarem nas igrejas, essas almas são deixadas de lado e, como frutos não utilizados, acabam se estragando até serem lançadas fora. Não é isso que o Senhor da Seara deseja! Isso é desperdício e na economia terrena causa muito prejuízo, mas na mordomia divina causa Perdição Eterna. A Palavra de Deus nos revela que nós somos “ervas” e que a chuva cai sobre todos nós. Sendo assim, espera-se que cada um de nós cresça e se torne, ao menos, uma árvore.
    Existem árvores que produzem bons frutos, outras que não produzem fruto algum. Mas existem árvores, que produzem frutos doentes, estragados ou inacessíveis. Dentro da igreja tem representantes desses três tipos de árvores. Hoje, eu quero falar sobre o terceiro tipo, por estar em evidência e a cada dia tem se sobressaído dentro de nossas igrejas. O tipo de árvore que produz frutos inacessíveis. Foi  em Manaus, estado do Amazonas, que conheci uma árvore que muito serve para ilustrar esse tipo, o tucumanzeiro. 

     "O pé de Tucumã" é um tipo de palmeira que produz um fruto considerado muito bom para o nativo. É normal encontrar-se com o Tucumã nas lanchonetes e feiras da cidade, mas para retirá-los da palmeira é deveras difícil, o que torna o seu preço muito elevado. O tucumã então torna-se um fruto inacessível ao homem comum. Digo comum, pois para que ele usufrua desse fruto é necessário muita estratégia. Essa palmeira produz como defesa natural, muitos espinhos e eles chegam até a mudar-lhes a cor. Olhando essa palmeira, nós temos a impressão de que ela é uma árvore escura, mas são os espinhos em seu tronco que mudam a sua aparência. Fiquei muito impressionado e lembrei-me de alguns crentes que se parecem com essa árvore. Existem alguns crentes, em nossas igrejas que produzem frutos e seus frutos até são bons, mas se estragam sem que as pessoas usufruam deles. Tenho conhecido algumas pessoas detentoras de ótimas qualidades e talentos, pessoas que são ativas no trabalho da igreja, mas que possuem uma grande dificuldade em se relacionarem com outras pessoas, pois sempre as machucam com seus “espinhos”. Viver em comunhão com essas pessoas é um tremendo desafio. É necessário muita estratégia para não se ferir com os espinhos que elas produzem para se defenderem.          Como entender essas pessoas à luz da Palavra de Deus? Felizmente, o texto de hebreus acima me responde: “Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe BÊNÇÃO da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada” (Hb. 6. 7-8)” A culpa não está nessas árvores. Está na terra com todas as suas deficiências. A Palavra diz que é impossível uma árvore boa produzir frutos ruins (Lc 6. 43-44), mas se essa árvore boa não estiver em uma terra boa, próxima à uma fonte de águas, ela produzirá frutos doentes, nanicos e até mesmo estragados. Quando me deparo com irmãos que se dizem convertidos a Jesus Cristo e que receberam o dom do Espírito Santo algum dia e, mesmo demonstrando uma vida de “dedicação”, cometem deslizes nos relacionamentos com outros irmãos, sejam por vaidade ou por ignorância, sou forçado a reconhecer que o problema está na Terra em que eles foram plantados.
    A terra em que foram plantados tem de ser tratada novamente. Essa terra é representada pela suas culturas, pelos seus relacionamentos anteriores, pelas suas experiências no mundo, pela sua “visão pessoal” das coisas ou até mesmo por uma doutrina cristã mal compreendida. Tem muito crente (digo isso aos membros de igrejas evangélicas) arraigada a uma religião legalista mesmo dizendo que vivem na Graça, e que por muito menos, apedrejariam os apóstolos, como fizeram os judaizantes de outrora. Tem muita gente compreendendo equivocadamente os preceitos do cristianismo e, por isso, impedem as pessoas de se aproximarem delas e usufruírem das delícias de um fruto bom. Infelizmente seus frutos se estragam e a culpa recairá sobre todos. A terra será queimada e ela também. 
    Portanto caro leitor, esforça-te por produzires frutos aproveitáveis. Não pelo seu pastor e nem pelos seus líderes apenas, mas por todos que agradecerão a Deus pelo alimento que você produziu, deixe de lado a tua individualidade e viva em comunidade, seja um dentre os demais, pois Deus é quem vê todas as coisas. “O bom fruto, todo mundo quer e cabe a cada um de nós alimentar a multidão”