Imagem de Paz!

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Foto da cachoeira do Sahy, Mangaratiba, RJ

sábado, 17 de janeiro de 2015

O verdadeiro avivamento (por Rev. Neucir Valentim)


O VERDADEIRO AVIVAMENTO



 "Eu ouvi, Senhor, a tua fama, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira lembra-te da misericórdia." Hc 3:2



Infelizmente para muita gente o vocábulo avivamento é símbolo de confusão. 
Existe até uma razão histórica para isso. Afinal, em nome de "avivamento" muita coisa estranha  foi feita, sem que fosse de fato o avivamento genuíno, preconizado pelo profeta Habacuque. 
Isto porque, para muitos, avivamento tornou-se no reducionismo da  liturgia da glossolalia, em outras palavras, no falar em línguas estranhas no culto. 
Para outros, traduziu-se na mudança de liturgia, e para os mais radicais, um rompimento com   a história denominacional a que pertenciam.  Essa ideia de um avivamento coreografado maculou o termo, e muitas vezes, quando a ele nos referimos, sentimos que alguns engolem em seco, temendo aquele tempo das chamadas renovações espirituais
Precisamos resgatar o vocábulo bíblico dentro de sua dimensão exata. Afinal, avivamento é algo muito mais profundo, produzido pelo Espírito Santo, e não por uma determinação humana, de grupos, seguimentos carismáticos ou lideranças eclesiásticas.  
Em primeiro lugar, precisamos entender o que era avivamento para o profeta Habacuque, quando em oração disse: "Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos."  Para o profeta, começava com um retorno a Pessoa de Deus: "Ouvi a tua fama e temi", para ele  começava com algo chamado temor de Deus, que produz santidade e desemboca em uma vida  limpa, porque, afinal, existe um Deus que tem o nome de Santo, e por isso, os que o servem devem viver de acordo com o seu caráter. O profeta Isaías também teve experiência semelhante, quanto viu a glória de Deus, diante de seres espirituais que  clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória (...) E ao contemplar esta cena gloriosa, apoderou-se dele grande temor produzido pela santidade de Deus  "Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!" (Is 6:3 e 5). 
Em segundo lugar, avivamento significava uma mexida na letargia de sua gente e no engessamento que ocorre no meio dos anos, onde nada muda, nada se modifica,  em nome da instituição, muitas vezes vazia e petrificada, sem graça e sem vida, cheia de teias de aranhas espirituais, esquecendo-se que Deus é extremamente vivo, gracioso e dinâmico. 
Era o rompimento com aqueles nichos históricos que são construídos, e atribuídos a Deus, e por isso, se vive do passado, querendo impedir qualquer coisa que modifique o atual status quo, ainda que essa modificação, essa mexida no meio dos anos seja produzida pelo próprio Deus. 
É por isso que Salomão escreve, para os que não entendem que o viver do passado muitas vezes é perigoso, quando este não nos faz crescer, para aprendermos a ver a ação de Deus no presente e ver pela fé o futuro: "Não digas: Por que razão foram os dias passados melhores do que estes; porque não provém da sabedoria esta pergunta."(Ec 6:10). 
Em último lugar, avivamento era uma constante recordação da misericórdia de Deus, motivo pela qual vivemos, pois elas se renovam a cada manhã: "na ira lembra-te da misericórdia."  
A capacidade de olharmos para nós mesmos e dizermos que nada somos, e que muitas vezes a nossa jactância de estabelecer os padrões de Deus são ocas e vazias, porque estão destituídas de misericórdia. Era, também, a  renúncia ao legalismo frio, que mede tudo pelo tacão de padrões puramente legais, sem o exercício do amor, porque se Deus assim nos julgasse, seríamos, fatalmente, objetos de sua ira.  

Avivamento é injeção de vida, é a inoculação do espiritual em nossa liturgia, é um recomeçar todo dia, é crer que Deus é dinâmico e não segue os nossos cabrestos. Afinal, Ele é Deus e não nós. 
Ele manda na história, e nós apenas vivemos nela. Ele é o Senhor da Igreja, o  gerente Dela, e nós apenas servos, e servos inúteis. Qualquer coisa menos que isso é coreografia, barulho, fanfarra e não avivamento genuíno. Creia nisso e ore por isso meu irmão. Peça a Deus por sua vida "Aviva-me ó Senhor no meio dos anos, e não me deixe preso no passado, endurecido à ação do Espírito Santo, pois isso não é produto da sabedoria,  se não, eu vou pelo vento, perdendo o meu tempo, caindo em perigo!  

Pastor Neucir Valentim