Imagem de Paz!

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Foto da cachoeira do Sahy, Mangaratiba, RJ

sexta-feira, 21 de junho de 2019

O Cristão e a Moderação

A moderação como dever do Cristão.
Filipenses 4.5 “Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
Equidade = epieikes – apropriado, manso, brando, gentil, moderação, paciente.
O contexto em que é apresentado no texto de Filipense, escrito pelo Apóstolo Paulo cerca de 60-62 dC em Roma quando de seu aprisionamento aponta para o sentido de Moderação pois toda a epístola trata de temas éticos e morais o que também demonstra o interesse do Apóstolo por temas de Filosofia.
O escritor Norman Champlin em sua Enciclopédia de Bíblia,Teologia e Filosofia aponta a importância do princípio ético e tipicamente estoico da moderação na Filosofia de Cícero. Este filósofo eclético foi também estadista romano que viveu em cerca de 106 a 43 aC. Foi um defensor da moderação rejeitando os extremos do dogmatismo e do ceticismo que vigorava nas alas sapienciais. No campo da Ética Cícero era opositor ao hedonismo e ao ascetismo e suas posições pacifistas chegou até os cristãos através dos escritos paulinos.
Antes mesmo de Cícero, Platão já apontava a moderação como uma das 4 virtudes cardeais, sendo as outras três: Sabedoria, coragem e a justiça.
O cristianismo é sobretudo uma forma de viver voltado para a ética que tem, na Palavra Revelada, seu Manual de Vida.  Paulo estava preocupado com a situação da Igreja que estava em Filipos, região da Macedônia, que presenciou e participou ativamente de seu ministério por aquelas bandas, ora enviando os recursos necessários, ora enviando irmãos para ajudá-lo em seu serviço. Os irmãos de filipenses, agora com a prisão de Paulo, precisavam de ajuda pastoral e Paulo não via ninguém a quem pudesse confiar.  (ver. 2.20-21);
Apesar de todos os momentos de crises que estavam vivendo era necessário exortá-lo a uma prática de fé. Viver em Cristo é viver pela fé. E a fé não se foge ao viver eticamente. 
Dizer que tem fé, mas vive contradizendo essa fé é uma farsa, é uma hipocrisia condenada pelo próprio Cristo quando em seu debate com os fariseus.
Por isso Paulo aconselha que se viva de forma moderada. A moderação é um meio-termo. Nunca é extrema. No sistema pedagógico grego, essa moderação é fundamental em todas as áreas da vida humana. A moderação nos controla os instintos, as vontades e as tendências. Vivemos hoje uma sociedade que não tem moderação. As pessoas não controlam seus impulsos, seus desejos e, isso, já era discriminado entre os gregos sensatos. 
Moderação então pode ser entendido como domínio de si, autocontrole. Ela gera harmonia diante dos prazeres e do desejo. A primeira coisa que Jesus faz em nós é restabelecer a harmonia, a ordem. Deus é um Deus de ordem. Quando ele criou todas as coisas, ele tratou logo de colocar ordem no caos, estabelecer leis e limites.
Em Pv 22.28 “Não desloqueis os marcos antigos...”
Precisamos entender que somos humanos e nossa humanidade precisa ser levada em consideração diante das circunstâncias dessa vida. Ser humano não é desculpa para prática de pecados ou viver fora dos padrões morais de Jesus. Ser humano é estar disposto a se arrepender quando errar (pois todos pecamos 1Jo 1.8) e se levantar quando cair. (quem está de pé veja que não caia – 1Co 10.7b e 12);
Se estivermos conscientes de que queremos viver harmonicamente com Deus e com nós mesmos, então precisamos aprender a sermos moderados. Do contrário meu irmão, viveremos correndo atrás de vento, seremos afligidos pela ansiedade e ao final teremos o desprazer de não ressuscitar com Jesus como Paulo diz em 32.11 – para ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos.