O VERDADEIRO AVIVAMENTO
"Eu ouvi, Senhor, a tua fama, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira lembra-te da misericórdia." Hc 3:2
Infelizmente para muita gente o vocábulo avivamento é símbolo de confusão.Existe até uma razão histórica para isso. Afinal, em nome de "avivamento" muita coisa estranha foi feita, sem que fosse de fato o avivamento genuíno, preconizado pelo profeta Habacuque.Isto porque, para muitos, avivamento tornou-se no reducionismo da liturgia da glossolalia, em outras palavras, no falar em línguas estranhas no culto.Para outros, traduziu-se na mudança de liturgia, e para os mais radicais, um rompimento com a história denominacional a que pertenciam. Essa ideia de um avivamento coreografado maculou o termo, e muitas vezes, quando a ele nos referimos, sentimos que alguns engolem em seco, temendo aquele tempo das chamadas renovações espirituais.Precisamos resgatar o vocábulo bíblico dentro de sua dimensão exata. Afinal, avivamento é algo muito mais profundo, produzido pelo Espírito Santo, e não por uma determinação humana, de grupos, seguimentos carismáticos ou lideranças eclesiásticas.Em primeiro lugar, precisamos entender o que era avivamento para o profeta Habacuque, quando em oração disse: "Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos." Para o profeta, começava com um retorno a Pessoa de Deus: "Ouvi a tua fama e temi", para ele começava com algo chamado temor de Deus, que produz santidade e desemboca em uma vida limpa, porque, afinal, existe um Deus que tem o nome de Santo, e por isso, os que o servem devem viver de acordo com o seu caráter. O profeta Isaías também teve experiência semelhante, quanto viu a glória de Deus, diante de seres espirituais que clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória (...) E ao contemplar esta cena gloriosa, apoderou-se dele grande temor produzido pela santidade de Deus "Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!" (Is 6:3 e 5).Em segundo lugar, avivamento significava uma mexida na letargia de sua gente e no engessamento que ocorre no meio dos anos, onde nada muda, nada se modifica, em nome da instituição, muitas vezes vazia e petrificada, sem graça e sem vida, cheia de teias de aranhas espirituais, esquecendo-se que Deus é extremamente vivo, gracioso e dinâmico.Era o rompimento com aqueles nichos históricos que são construídos, e atribuídos a Deus, e por isso, se vive do passado, querendo impedir qualquer coisa que modifique o atual status quo, ainda que essa modificação, essa mexida no meio dos anos seja produzida pelo próprio Deus.É por isso que Salomão escreve, para os que não entendem que o viver do passado muitas vezes é perigoso, quando este não nos faz crescer, para aprendermos a ver a ação de Deus no presente e ver pela fé o futuro: "Não digas: Por que razão foram os dias passados melhores do que estes; porque não provém da sabedoria esta pergunta."(Ec 6:10).Em último lugar, avivamento era uma constante recordação da misericórdia de Deus, motivo pela qual vivemos, pois elas se renovam a cada manhã: "na ira lembra-te da misericórdia."A capacidade de olharmos para nós mesmos e dizermos que nada somos, e que muitas vezes a nossa jactância de estabelecer os padrões de Deus são ocas e vazias, porque estão destituídas de misericórdia. Era, também, a renúncia ao legalismo frio, que mede tudo pelo tacão de padrões puramente legais, sem o exercício do amor, porque se Deus assim nos julgasse, seríamos, fatalmente, objetos de sua ira.
Avivamento é injeção de vida, é a inoculação do espiritual em nossa liturgia, é um recomeçar todo dia, é crer que Deus é dinâmico e não segue os nossos cabrestos. Afinal, Ele é Deus e não nós.Ele manda na história, e nós apenas vivemos nela. Ele é o Senhor da Igreja, o gerente Dela, e nós apenas servos, e servos inúteis. Qualquer coisa menos que isso é coreografia, barulho, fanfarra e não avivamento genuíno. Creia nisso e ore por isso meu irmão. Peça a Deus por sua vida "Aviva-me ó Senhor no meio dos anos, e não me deixe preso no passado, endurecido à ação do Espírito Santo, pois isso não é produto da sabedoria, se não, eu vou pelo vento, perdendo o meu tempo, caindo em perigo!
Pastor Neucir Valentim
Pr. Israel Gomes, Pastor Congregacional, Mangaratiba, RJ
Imagem de Paz!

Foto da cachoeira do Sahy, Mangaratiba, RJ
sábado, 17 de janeiro de 2015
O verdadeiro avivamento (por Rev. Neucir Valentim)
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