Não quero a voz da multidão, pois ela abafa o sussurro educado do Pai de amor.
Não quero as luzes sedutoras das vitrines eclesiásticas, pois elas tiram de mim as descobertas do quarto fechado.
Não quero a companhia dos vendedores de Deus, pois eles me afastam daqueles que são alvos prediletos da graça - os oprimidos.
Não quero os elogios dos bajuladores, pois como dizia Maquiavel, eles são como o carvão: apagados me sujam, acesos me queimam.
Não quero frutos maduros a toda hora, são produtos de jardineiros charlatães; prefiro o processo bendito do Fruto do Espírito.
Não quero aplausos, pois as mesmas mãos que se batem, também me batem!
Não quero luxo nem lixo: apenas a graça do equilíbrio
Não quero uma teologia amarga, de gabinete, pois ela ama verdades confessionais, mas despreza verdades encarnadas.
Não quero ser Apóstolo, Papa nem Semideus, apenas gente!
Não quero que meu filho tenha vergonha de mim: meu sucesso no púlpito não pode ser divorciado do meu sucesso enquanto pai.
Não quero a sombra nem os frutos da videira sem que eu esteja ligado ao seu caule!
Há tantas outras coisas que não quero...
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