Imagem de Paz!

Imagem de Paz!
Foto da cachoeira do Sahy, Mangaratiba, RJ

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Esperança em meio ao Caos






Esperança em meio ao Caos

Lamentações 3: 21 Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei. 22 As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; 23 Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. 24 A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto esperarei nele. 25 Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. 26 Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do SENHOR.

Jeremias é sem dúvida, o profeta cuja vida mais bem conhecemos. Muitos textos falam das dificuldades que ele passou. Este profeta não se limitou a transmitir a Palavra de Deus; transmitiu-nos a sua palavra, as suas dúvidas, inquietações e temores. Sua personalidade aparece assim como uma das mais sugestivas do Antigo Testamento.

Ele nasceu por volta de 650 em Anatote, aldeia a seis quilômetros de Jerusalém, pertencente à tribo de Benjamim, unida politicamente a Judá. Era filho de Helcias, dos sacerdotes que residiam em Anatot, provavelmente descendente de Abiatar. Foi vocacionado muito jovem  mas não se sentiu atraído por essa missão. Do mesmo modo que Moises, ele se apavora diante dela. Considera-se incapaz e despreparado. Deus, porém, não admite desculpas e encomenda ao seu  mensageiro a tarefa mais dificil: a de transmitir a sua Palavra em uns anos cruciais e trágicos da história de Judá.

A vida de Jeremias abrange dois períodos muito diferentes, períodos estes cortados pelo ano 609, data da morte do rei Josias. Os anos que antecederam a este acontecimento estão marcados pelo sinal de otimismo; a independência política abre passagem para prosperidade crescente e também para a reforma religiosa.

Os anos que se seguem constituem período de rápido declínio; Judá se verá dominado, primeiro pelo Egito, depois pela Babilônia. As tensões internas e as lutas de partidos vão acompanhadas pelas injustiças sociais e por nova corrupção religiosa. O povo vai caminhando rumo ao seu fim. No ano 586 Jerusalém cai em poder dos babilônios e o reino de Judá desaparece definitivamente da história.

Durante o reinado de Josias - 627-609 foi durante as reformas deste rei que Jeremias é vocacionado. Neste período o profeta recebe o encargo de pregar às tribos do norte mensagem de conversão e de perdão, pois O reino do norte sempre foi afeiçoado aos cultos cananeus, como demonstram os relatos de Elias e Oseias. O sincretismo difundido pelos estrangeiros que habitaram lá a partir de 720, acarretou em abandono de Deus, trocaram a Fonte de Aguas Vivas por cisternas furadas (2:13). Do pinto de vista humano, a situação era de profundo desânimo; a lembrança dos deportados juntavam-se as cidades despovoadas, e economia muito precária e a falta de coesão política.

No reinado de Joaquim 609-598 - as palavras de Jeremias neste período são duras e ataca a confiança supersticiosa dos habitantes de Jerusalém no templo pois o lugar sagrado havia sido transformado em covil de ladrões, por isso comecou-lhe as tribulações e por pouco não foi morto.
Segundo a pregação do profeta nesta época, Deus está descontente com Judá e Jerusalém; trata-se de um povo pecador, ninguém permanece fiel. O povo esqueceu-se de Deus, e isso se manifesta na rejeição dos profetas (5:12-13) 6:16-17 e da sua palavra (6:10) no falso culto, na falsa segurança religiosa, na idolatria concretizada no culto à Rainha do Céu, a Baal e a Moloque, nas injustiças sociais, e isso atrai a ira de Deus sobre eles.

No reinado de Zedequias 597-586 - Neste período ele combate a ideia simplista de que que os exilados não constituíam o verdadeiro povo de Deus, eles seriam culpados e só os que permaneceram em Jerusalém e Judá são os bons, aqueles em quem Deus se compraz.
Ele dirige uma carta aos exilados advertindo contra os falsos profetas, de que o exílio seria longo, não deveriam nutrir falsas esperanças, mas, antes levar vida normal possível aceitando o seu destino. Isso provoca a oposição de Semeias, o qual denuncia Jeremias ao sumo sacerdote. Neste período ele prega a submissão à Babilônia e então conquista a ira dos demais judeus.

É neste tempo de caos nacional e ministerial pois estava encarcerado e  suas profecias desacreditadas que recebe uma palavra de Esperança
comprar-se-ao campos nesta terra... Porque Eu mudarei a sua sorte... Cap 32 e 33.


Ao longo de seu ministério Jeremias passou por situações muito diversas, entrou em contato com pessoas diferentes, atravessou momentos de entusiasmo e de desânimo. Ele pode nos ensinar muito a respeito da vocação e das crises, sobre a perturbação diante dos falsos profetas, sobre a idolatria, o falso culto de Deus, as injustiças.

Contudo, podemos resumir numa só palavra a sua mensagem: CONVERSÃO.

Jeremias seguindo Oseias, imagina as relações entre Deus e seu povo em chave matrimonial. O povo, como mulher infiel, abandonou a Deus; é por isso que precisa se converter, precisa voltar. O povo tomou o caminho errado e deve seguir o caminho que o conduz a Deus.
A conversão abrange, para Jeremias, aspectos muito distintos: cultuais, sociais, mudança de mentalidade e também de atitude. Não devemos, contudo esquecer o aspecto mais duro, aquele que lhe provocou maiores perseguições; o  aspecto político. Aceitar o jugo de Nabucodonozor foi para o profeta o sinal mais evidente da volta ao Senhor e do reconhecimento de sua vontade.

Como em todos os profetas pós exílicos, o chamado à conversão está ligado em Jeremias, ao anúncio do castigo, caso de o povo não mudar. No entanto, chegado que é o momento crucial, quando a catástrofe é iminente, Jeremias abre passagem para a ESPERANÇA. Deus não acabou com o seu povo, "mudará a sua sorte", transformará tanto interior co o exteriormente Judá. Vemos, desse modo, como sua mensagem realiza, através de etapas muito diversas, esta missão que lhe foi encomendada, a missão de "arrancar e de arrasar, de edificar e de plantar" (1:10)
Jeremias que anunciou e que viveu a maior tragédia da história do seu povo, não é somente profeta da ameaça e do castigo, é também profeta da consolação e da esperança.

Hoje, somos convidados a seguirmos o conselho de Jeremias.

Podemos ficar encarcerados na tristeza, na dificuldade, no sentimento de perdas, na depressão de ministérios frustrados ou assumirmos a postura de

"Trazer a memória o que nos pode dar esperanças. (Lm 3:21)





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este comentário não é de responsabilidade do autor do texto, não refletindo a sua opinião.